17 de ago. de 2012

Um trem para as estrelas

Então me embarco nos teus trilhos, passeio entre teus vagões e os amos sem infinitos. Amo sem futuros. O céu estava azul e límpido e meus pequenos olhos se abrem em tamanha doçura e pureza. As nuvens são feitas de algodão doce – Quero devorá-las; Sem medo do infinito e do ar que ira tomar meu oxigênio, meu corpo chama-se para mergulhar entre este céu, quero pular para fora destes trilhos. O trem, porém ainda percorre o infinito mar azul do céu. Procuro meu amor entre as estrelas que não chegaram neste passeio. O trem embarca nos vagões musicais. Um cara um tanto magro possui uma bandana vermelha na cabeça, um sorriso amigável e inspirador chocam-se entre as janelas e se explode tornando-se frases de âmagos. “Adoro um amor inventado”; Não! Meus olhos se transformaram em grandes livros, e o vagão de Cazuza espalhava intenções de falsos amores. “Prendia o choro e aguava o bom do amor”

- O Teu amor é uma mentira que minha vaidade quer. – Era essa a placa das nuvens de cazuza.
Eu largo tudo, tudo o que não tenho e o que ainda posso ter apenas para ser a tua mentira. Eu largo o que sou e o que desejei ser para fazer parte da tua ilusão. Construo-te em letras e, todavia você ainda será meu. Preciso viver para ter você, preciso antes de tudo ter uma estrela para dar-lhe de presente. Roubar a noite inteira só para impressionar-te. Fazer a lua brilhar sobre tua janela, gravada nossos nomes e meu beijo batendo em teus vidros.

A noite cai, e as estrelas sorriem como se nunca houvesse brilhado em outrem. Flutuo sobre o céu, mal consigo me equilibrar. Se não houvesse o brilho das estrelas, só restaria a escuridão que as abriga em tuas costas. O infinito escuro do interior de uma beleza! 

Beijo cada estrela na esperança que alguma seja tão grande e brilhante como meu amor por tal rapaz. Uma linda e feliz Estrela. A mais ousada e pura de todos os céus. Como um anel de diamantes, procurei cada uma, todavia ninguém me disse que as estrelas eram egoístas em dar-se amor, as estrelas disseram que meu amor era simples demais. 

Estava à beira de ir embora de tanta tristeza que meu peito se formou, meus olhos caídos sobre a escuridão, aguardava o último trem para casa. Foi quando eu a vi, distante de todas elas, uma constelação – estranha e um tanto tristonha.

- Por que esta tão triste? - Perguntei simpática para um delas.
- Não encontrei um amor que me faça brilhar. E você, por que teu peito chora tanto?
- Todas as estrelas desta constelação me negaram brilhar para meu amor. Procurei em cada vagão, mas nenhuma dela quis compreender sentimento brutal que sinto. Procurei em nuvens de Cajú até á grandes escuridões do céu uma expectativa para meu grande amor. Em vão, foi apenas o cair da noite chegar, para ouvir que o amor era simples para teus brilhos.

- Não deseje o maior se o simples poderá lhe agradar mais, não se apaixone pela aparência, se o que estas do seu lado podem servir para teu grande útil.
- E agora Estrela? Vou embora sem brilho para meu amor…
- Ei, não ofenda-se. Mas você poderia medir teu amor?

- Como pode me pedir algo assim? – retruquei chateada – Ofendo-me sim, com toda certeza. Meu amor é grande demais, e agora vejo que estas estrelas chegam a ser miúdas para meu amor, ele é tão estranho e lindo que chega a arder, arder como um veneno que me mata todos os dias.
- Então, se machuca tanto me entregue teu amor? - Como pode pedir isto? – meu peito se agonizou – Você sem duvidas é a estrela mais egoísta deste lugar. Como pode pedir para dar-lhe o ar que me mantém viva? Saiba que dói, mas é a dor mais linda que já senti. É o meu clichê, meu. Tu queres matar-me com teus absurdos de inveja? Saiba que tua inveja não serás suficiente para assassinar o que sinto por este rapaz. 

Então ouve uma explosão de luz do céu. Meus olhos arderam e aquela luz queimava a pele. Então tudo foi clareando-se e o céu apagou a escuridão, então a constelação sorriu para mim. A Estrela se tornou a mais brilhante daquela noite. O céu ficou límpido e iluminado com teu brilho, e todas as outras estrelas a olharam com desprezo e raiva. 

 - Não quero que meça teu amor, muito menos que o me dê. Você provou-me que teu amor não tem infinitos, que teu peito chora de felicidades quando o ama. Aurora brilhou quando permitiu-me que o sentisse também. Agora sou teu amor, sou brilhante e pura como o sentimento que te mantêm viva. Abandono minha constelação e me leve para o teu rapaz. Prometo que vou brilhar teus corações quando deixarem que o amor chore e os monótonos os envenenem.

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