17 de ago. de 2012

Amei Miguel e Alfredo

Escrevo para quem não lê. Escrevo para os desconhecidos que não desejam minhas palavras, para as pessoas que queria que as lesse para as que desconhecem da minha paixão. Escrevo para acabar com a dor que ainda esquecida continua me assombrar uma vez ou outra. Escrevo para o desenreda de mim mesma. Para as perguntas mal respondidas, para as pessoas que não permitir esquecer. Os olhos verdes tão vendadas eu fui ao longo desses anos, que me prendi a minha ingenuidade.

E eu fugi de você Alfredo, fugi por que não pude encarar a paixão que sentia. A estranha sensação de guardá-lo, de ganha-lo com um prêmio. Esqueci-me que era gente, carne e razão como eu. Era confuso demais para entender… Perceber que todos os livros de poemas, as músicas fáceis e belas eram apenas mais uma fantasia que criei para ti. Desculpa-me Alfredo por ter errado tanto comigo mesmo em relação a essa paixão. Eu precisei de alguém para esquecer os olhos do Miguel. Sofri, dói em tempo e tempo, pensando que nunca haveria sido boa o bastante, que meus sentimentos não foram suficientes, eu precisei sofrer dentro do tempo para que uma hora eu olhasse para trás e questionasse tudo… Tudo o que outrara passou, para perceber que era o amor mais estranho, mais meigo e falso que já senti. Então toda a pedra da mente se foi e me fez entender que esse alguém que antes de Miguel, antes de qualquer olhos bonitos esqueci quem eu era. Esqueci até perceber que não foi essa garota que se apaixonou por vocês. Foi à carência dela, foram à desilusão, a expectativa, as ilusões dos livros que a fizeram se apaixonar por palavras bondosas e amigas. Então Miguel foi só um platônico que roubou suspiros e nunca soube dessa paixão que a matou em tantos sonhos, e Alfredo… Ah Alfredo sempre será Alfredo. O cara que lhe dar sorrisos, raivas e uma amizade estranha.

Então entendo que todas as palavras que desperdicei toda a inspiração para todos os textos de paixões foram à maior mentira que inventei para mim mesma. Foi à mentira que eu queria viver, a mentira que nunca pertenceu a sentimento verdadeiro. Foi apenas a solidão, e a doença que a carência se pregou em mim. Por que fantasiar teus olhos era muito mais fácil que encarar o mundo, o platônico me protegia de amar quem não entenderia meus escapismos.

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